O câncer é uma doença causada pelo crescimento desordenado das células, que podem se desenvolver em diferentes partes do corpo, invadir tecidos e até atingir órgãos distantes. Entre os diversos tipos, o câncer de mama é um dos mais incidentes no Brasil e no mundo.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), ele surge a partir de mutações genéticas, alterações no DNA das células, que passam a se multiplicar de forma descontrolada. Embora mais comum em mulheres, também pode acometer homens, embora em menor proporção.
Foi com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce que surgiu a campanha Outubro Rosa, hoje reconhecida internacionalmente. A mobilização reforça que, quanto antes a doença é descoberta, maiores são as chances de controle e sucesso no tratamento.
Atividade física como forma de prevenção
Cerca de 30% dos casos de câncer podem ser evitados com mudanças de hábitos, segundo o INCA. Entre os fatores de proteção estão:
- Manter o peso corporal adequado;
- Seguir uma alimentação equilibrada;
- Reduzir ou evitar o consumo de álcool;
- Amamentar;
- Praticar atividade física regularmente.
A prática de exercícios é uma das estratégias mais eficazes contra o câncer de mama. Estudos conduzidos por Leonessa Boing (UDESC) mostram que mulheres fisicamente ativas apresentam menor risco de desenvolver a doença. As recomendações atuais são de, pelo menos, 150 minutos semanais de atividades moderadas a vigorosas.
Isso acontece porque o exercício ajuda a reduzir hormônios como estrogênio e progesterona, relacionados ao desenvolvimento do câncer de mama, além de aumentar a produção da globulina ligadora de hormônios sexuais, proteína que regula a circulação desses hormônios no sangue.
Um estudo publicado na revista Cancer Epidemiology, Biomarkers and Prevention, liderado pela pesquisadora Brigid Lynch (Cancer Council Victoria, Austrália), reforça essa relação direta entre atividade física e menor incidência da doença.
Outro dado relevante vem da Universidade de Charles (República Tcheca, 2022): mulheres que se exercitam ao menos três vezes por semana têm até 38% menos risco de desenvolver câncer de mama. Já o sedentarismo dobra a chance de manifestação da doença.
Exercício físico no tratamento e na recuperação
A atividade física não é importante apenas na prevenção, mas também no tratamento e recuperação das pacientes com câncer de mama.
🔹 Benefícios físicos
- Redução de efeitos colaterais do tratamento;
- Melhora da força muscular e saúde óssea;
- Mais mobilidade e autonomia;
- Aumento da aptidão física e da energia;
- Maior qualidade de vida.
🔹 Benefícios psicológicos
- Redução de sintomas depressivos;
- Melhora da autoestima e da imagem corporal;
- Sensação de bem-estar e motivação;
- Integração social e apoio emocional.
Modalidades como caminhada, alongamento, pilates, dança e ioga são altamente recomendadas. A dança, por exemplo, auxilia não apenas no fortalecimento físico, mas também na reconstrução da autoimagem após cirurgias como a mastectomia.
A importância da constância
Mais do que a intensidade, o que faz diferença é a regularidade. Atividades simples, quando praticadas de forma contínua, ajudam a manter a saúde em dia e reduzir os fatores de risco.
E o mais importante: escolher uma modalidade que traga prazer e bem-estar. Assim, a prática se torna parte da rotina e gera benefícios duradouros
O Outubro Rosa reforça um alerta fundamental: prevenção salva vidas. E entre os hábitos que ajudam a reduzir os riscos, a atividade física é um dos mais eficazes, tanto para evitar quanto para auxiliar no enfrentamento da doença.
Movimente-se, cuide do seu corpo e incentive outras pessoas a fazerem o mesmo. Afinal, cada passo dado em direção a uma vida mais ativa é também um passo em direção à saúde e ao bem-estar.